sábado, 15 de dezembro de 2012

Albergaria-a-Velha em postal


Há já muitos anos Albergaria-a-Velha foi editada em postal, coisa que para a época era brinde para quem à distância gostava de saber novidades ou minimizar a saudade da sua terra, para muitos que deixaram o seu torrão natal e debandaram terras de África, Brasil ou América, ou até mesmo aqueles jovens que obrigatoriamente cumpriram o seu dever militar em terras da Índia.

Para aquela época recuada, um postal de Albergaria-a-Velha era ouro para quem o recebia e uma prenda para quem o enviava com carinho e amor. Alguns exemplares de então constituem motivos de estima por quem os possui, quer pelas imagens, quando comparadas com as de hoje, quer pelo texto que escondia por vezes o amor e a paixão deixadas por cá, ou a promessa de uma visita no mais breve tempo possível. Até mesmo o casamento, estava implícito no envio de um simples postal.

Era o tempo em que se escrevia à família e aos amigos em contraste com o que hoje se passa. O postal era a comunicação, e mais do que isto, representava a sociedade e a urbanização daquele tempo.


Durante muitos anos, e logo que a edição se esgotou, nunca mais vimos nada que levasse o nosso visitante a enviar aos familiares um abraço ou um simples beijo. Assim sendo, foi com enorme satisfação que quando entrámos na Papelaria do Mercado deparámos com três exemplares, que contemplam o edifício da nossa Câmara Municipal, um outro com o Monumento ao Bombeiro e Fonte Luminosa e ainda um terceiro com a Alameda 5 de Outubro, Fonte Luminosa, Monumento ao Bombeiro e a Capela de Nª Sª do Socorro.

Maria Elisabete Lima, proprietária do estabelecimento, considera, porém, que sabe a pouco e que Albergaria-a-Velha tem muito mais para mostrar e para oferecer. É verdade, e num adeus de simpatia foi-nos dizendo: “não vai ficar por aqui... Estes postais são para mostrar um bocadinho da nossa terra, vou pensar em outra edição, vou pensar muito brevemente”. Ficámos a magicar o que levou a Elisabete a promover desta forma a nossa Albergaria-a-Velha. Talvez o mesmo que nós: o amor, sim, o amor às nossas coisas e à nossa terra.

Fonte: António Vinhas, Região de Águeda, Agosto de 2005

(em Novos Arruamentos)

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